Odio por ele? Nao... Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se 'a vida assim roubei todo o encanto...
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, tragico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! nunca mais ama-lo e' ja bastante!
Quero senti-lo d'outra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Odio seria em mim saudade infinda,
Magoa de o ter perdido, amor ainda.
Odio por ele? Nao... nao vale a pena...
Florbela Espanca
Saturday, August 18, 2007
Friday, August 17, 2007
O verdadeiro
Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.
(Antoine de Saint-Exupéry, in 'Cidadela')
(Antoine de Saint-Exupéry, in 'Cidadela')
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